Modelo importado da Inglaterra em 1854
Malaposta

Em 1859, a ligação entre Lisboa e Porto através das carreiras da Malaposta fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda. Apesar do bom serviço que as diligências prestavam nessa altura, a sua extinção foi irreversível com o aparecimento do comboio, embora se mantivessem em actividade durante mais algum tempo, como atestam os «manuais do viajante» da época.

08 setembro 2014

O "eléctrico" na história

Vista parcial dos eléctricos nºs. 100 e 247
Eléctrico nº 100, o mais apreciado para passeios turísticos

Fez parte do "Porto capital europeia da cultura 2001" a recuperção do carro eléctrico nalgumas zonas da cidade. As linhas foram construidas, mas só isso. Os carris já estão ferrugentos. Dinheiro desperdiçado, como o costume!
O carro eléctrico pode eventualmente circular, na zona marginal do Douro, mas para passeios turísticos e por encomenda. Até se pode escolher o nº do carro - isto foi o que li no site do Museu do Carro Eléctrico.
Vem isto a propósito dum artigo que li num jornal chamado "metro" (nada tem a ver com o metropolitano), de distribuição gratuita, disponível numa bolsa pendurada num dos varões centrais dos substitutos dos carros eléctricos, os actuais autocarros dos STCP.
O jornal insere uma foto do carro eléctrico nº 100 (um dos mais procurados para os tais passeios), com a seguinte legenda: O PORTO foi a primeira cidade ibérica a ter uma linha de carro eléctrico. Segue-se o artigo, assinado por Pedro Pacheco:
Carro eléctrico celebra 110 anos
Transporte foi uma referência do século XX, até ao início dos anos 60.
O Museu do Carro Eléctrico, da Sociedade de Transportes Colectivos do Porto (STCP), comemorou os 110 anos de existência. A Linha da Restauração, inaugurada em 12 de Setembro de 1895, fez com que o Porto fosse a primeira cidade da Península Ibérica a possuir uma via para carros eléctricos.
O percurso inicial ia do Carmo a Massarelos, extendendo-se (1) mais tarde para a foz e Matosinhos. Daqui as linhas expandiram-se por toda a cidade e concelhos vizinhos, assumindo-se como o transporte urbano de referência no século XX, desde os finais da primeira década até aos inícios dos anos 60. Foi também neste século que o carro eléctrico do Porto conheceu o seu período aúreo, mas também o início do declínio.
O "22" foi um dos primeiros veículos a circular na cidade do Porto e, actualmente, encontra-se em exposição no Museu do Carro Eléctrico. O carro começou por ser de tracção animal (2), puxado por mulas (3), e foi motorizado em finais do seculo XIX.
O sistema eléctrico revolucionou os meis de transporte na cidade, possibilitando horários regulares e uma maior facilidade de circulação nas ruas de declive acentuado. O transporte utilizava uma energia limpa contribuindo assim para uma maior salubridade, visto que se acabou com os dejectos (4) dos animais espalhados pela cidade, além do maior conforto e rapidez.
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(1) - é assim que está escrito, julgo que não se pode corrigir os textos dos jornalistas profissionais, se emendasse para "estendendo-se" podia ser acusado de "meter o nariz onde não sou chamado".
(2) - pois, vieram copiar ao Malaposta!
(3) - já naquela altura havia!
(4) - acho tratar-se de lapso porque toda a gente continua a deparar-se com os ditos cujos.
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Este post insere exactamente o "100" do jornal. Já enchi uma pasta com mais modelos, serão mostrados noutra altura, até porque sobre carros eléctricos tenho algo a dizer dos meus tempos de juventude (por exemplo, ler à frente de todos os outros passageiros o L'Humanité com fotos de Salazar e a elogiar a sua ditadura...)
Isto significa que não se pode dizer por causa dos novos pides portugueses!

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4 Comments:

At 12 abril, 2007 15:07, Blogger Lovely Toys said...

Uma informação interessante. Um exemplo das boas práticas que acontecem por este país fora. Desperdiçar dinheiro, parece ser uma das características daqueles que nos têm governado. E depois cortam despesas nas políticas de carácter social, sem olhar às consequências.
Mas ainda me fizeste sorrir com a "crítica" ao português jornalístico do texto. Quanto à história pessoal dos teus tempos de juventude, já tive o prazer de ler e de ficar comovida.
Beijo.

 
At 12 abril, 2007 16:21, Blogger a.castro said...

Magnolia, agradeço o teu comentário, inteligente como sempre! Mas uma coisa: verifico que andaste a "vasculhar" os meus arquivos... e se eu fizesse o mesmo nos teus?...
Beijo.

 
At 16 abril, 2007 22:32, Blogger AJB - martelo said...

os carros electricos são a melhor alternativa ao Metro... vê-se o céu...

 
At 18 abril, 2007 21:47, Anonymous Anónimo said...

Martelo, quando a nossa preocupação é 'ver o céu' não estaremos achando que estamos querendo chegar lá?...vamos mais devagar, nção temos pressa, não?

 

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