Modelo importado da Inglaterra em 1854
Malaposta

Em 1859, a ligação entre Lisboa e Porto através das carreiras da Malaposta fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda. Apesar do bom serviço que as diligências prestavam nessa altura, a sua extinção foi irreversível com o aparecimento do comboio, embora se mantivessem em actividade durante mais algum tempo, como atestam os «manuais do viajante» da época.

12 julho 2006

Política à la Bilderberg

Política da inspiração

José Sócrates foi convidado em 2004, como Santana Lopes e António Vitorino. Dois deles ascenderam, em seguida, à governação do país e o terceiro era comissário europeu. No fundamental, as políticas harmonizam-se em dois vectores: incrementar as privatizações e reduzir os direitos sociais.

Não faltam exemplos que documentem esta orientação. A saúde, as indústrias do ambiente, os transportes e mesmo funções do Estado estão na mira do mercado. Simultâneamente são reduzidos os direitos sociais e laborais na administração pública, no ensino, na saúde e na justiça, entre outros.

As reformas e pensões sofrem cortes e um pacote de medidas foi também já anunciado para o poder local, com vista à redução da sua capacidade financeira, o que se poderá traduzir, a prazo, na redução dos serviços prestados e do quadro de pessoal.

Opções que o governo toma sem auscultar quem quer que seja, nem mesmo os deputados da maioria. A obsessão actual transcende a do défice. A estratégia em Portugal e noutros países visa aumentar a apropriação de parte do quinhão que cabe ao trabalho no rendimento nacional e expropriar parte dos direitos adquiridos.

As empresas, por seu turno, aumentam a exploração dos trabalhadores. A maximização dos lucros conduz às migrações de unidades industriais para os paraísos de mão-de-obra, o que embaratece os custos e pressiona em baixa as remunerações praticadas nos países que abandonam. Se o capital era nómada e volátil, o próprio emprego tornou-se hoje errante.

Neste quadro de instabilidade e de retrocesso civilizacional, destacou-se esta semana a resposta dos trabalhadores da General Motors. Face à intenção de deslocalizar a fábrica da Opel na Azambuja, os trabalhadores entraram em greve. Mas não ficaram sozinhos, contaram com a solidariedade dos trabalhadores da General Motors de Espanha e da Alemanha.

A globalização dos movimentos sociais parece ser hoje a resposta necessária às estratégias transnacionais do capital.


São muitas as medidas, propostas e projectos que o Governo de José Sócrates tem lançado na agenda política. Todas elas suscitam controvérsia e prenunciam o agravamento das condições sociais e das desigualdades, e o acréscimo de obstáculos no acesso a direitos fundamentais.

Mas as críticas a esta política são também generalizadas, embora a sua expressão pública esteja aquém dos seus pronunciamentos. A concentração da propriedade dos meios de comunicação social acentua o controlo dos fluxos informativos e a escolha dos assuntos que são notícia. Além disso, a política governativa é servida por estratégias de comunicação e difusão que as colocam em agenda na perspectiva da mensagem transmitida pelas suas fontes.

Para os sectores que contestam as políticas da governação, há nelas uma inspiração evidente. Decorre da ofensiva global a que hoje se assiste e que é enformada pelas concepções neo-liberais. As linhas de orientação do actual governo não diferem das políticas levadas já à prática ou em curso de concretização noutros países. Como não diferem as estratégias corporativas das empresas transnacionais.
Essa política de inspiração é bebida nos fóruns, encontros e conferências internacionais, onde se debatem e harmonizam os planos e acções a empreender.

Os senhores do mundo reuniram-se entre 8 e 11 de Junho, em Otava, sob o patrocínio da organização Bilderberg. Para lá confluíram os financeiros, os capitães da indústria, os políticos, os académicos e os jornalistas que têm poder para influenciar o mundo.

David Rockfeller, Henry Kissinger e a rainha Beatriz são três das principais figuras desta sociedade secreta, que se reúne desde 1954. Pinto Balsemão é quem convida os portugueses e este ano levou com ele o deputado Aguiar-Branco, do PSD, e o ministro Augusto Santos Silva, do PS.

Embora seja de supor que não trouxessem uma cassete com instruções na bagagem, informaram e ficaram informados sobre os pontos de vista desta comissão consultiva transnacional.


Links relacionados: um, dois, três, quatro, cinco.

[Recebido por email]


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11 julho 2006

Pobres pagam terrorismo

Relatório da Amnistia Internacional critica políticas governamentais.

A Secretária-Geral da AI referiu ainda o Iraque, "afundado numa espiral de violência em 2005", e Israel e os territórios palestinianos. Foram muitos os países citados no relatório acusados de não respeitarem os direitos humanos. Apesar de Khan ter ressalvado que, em 2005, se assistiu a "uma das maiores mobilizações da sociedade civil na luta contra a pobreza" e pela garantia de direitos económicos e sociais, governos houve que ficaram aquém. Entre outros, China, Rússia, Brasil, Angola, Moçambique e Guiné-Bissau não respeitaram os direitos básicos. Mas também a Inglaterra e os Estados Unidos da América, a primeira por tentar restringir os direitos humanos depois dos ataques [feitos por quem?...] em Londres, o segundo por manter detidas milhares de pessoas sem culpa formada, são referidos.

A Secretária-Geral da Amnistia Internacional (AI), Irene Khan, defendeu , em Londres, que o preço da guerra contra o terrorismo está a ser pago pelas populações desfavorecidas do globo. "Os governos, colectiva e individualmente, paralisaram as instituições internacionais e dispersaram os recursos públicos na prossecução de interesses de segurança tacanhos; sacrificaram princípios em nome da guerra ao terrorismo e fecharam os olhos a violações maciças de direitos humanos", declarou Khan, no lançamento do relatório da AI referente ao ano de 2005.
Khan apontou como exemplo o Darfur, onde "a acção débil da Inglaterra fez com que a União Africana se sentisse pateticamente inábil para o que era preciso fazer" para pôr fim a um conflito que provocou milhares de vidas e fez milhões de refugiados.

in Metro

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10 julho 2006

Acabou o ópio, keremos mais!

Alienação portuguesa

Esta é a segunda versão do post Que viva o mundial! para mostrar a alienada bandeira humana portuguesa. Dezoito mil e oitocentas desceram ao relvado e compuseram a maior bandeira humana do mundo com direito a registo no Guiness. Por entre lágrimas e gemidos suspiraram os nomes dos jogadores. Cantaram vibrantemente o Hino Nacional e comoveram-se em abundância. [Continue a ler que vale a pena. Não perca!!!]

Esquinas, montras, outdoors, semeiam fotografias de jogadores sorrindo, jogando, sorrindo e jogando, mas sempre convidando ao consumo e incentivando a idolatria. Constatado o facto, subsiste a inquietação: o que terá levado milhares de mulheres ao Estádio Nacional aclamando em histeria jogadores de um desporto que muitas delas mal conhecem? O que motivará outros milhares de pacatos cidadãos a este empolgamento generalizado? Uma paixão patriótica emergente? A necessidade de reencontrar raízes de identidade colectiva que os ajudem a superar o flagelo das suas vidas? A simples alienação de um quotidiano complexo? A droga que obnubila o futuro miserável que se prenuncia?
Tudo isto, possivelmente. E tudo isto constitui o cenário ideal para que o estímulo ardilosamente construido pela indústria publicitária germine. Cria-se a onda lançando o engodo de que podemos ser os melhores, ganhar tudo, conquistar o reconhecimento do mundo inteiro. E, depois, aproveita-se a energia decorrente e o efeito de identificação com os protagonistas.
Todas as marcas adoptaram a imagem de um futebolista. Proliferam os hinos, os rituais de adolação da selecção que é hoje, como porventura nunca foi, um insuperável instrumento de promoção comercial. Venero a nossa bandeira mas não a considero a mais bela. As portuguesas são, como as de todas as outras nacionalidades, bonitas e feias, interessantes e antipáticas. O país não é o melhor nem o pior do mundo. É pequeno e pobre, com coisas boas, outras más e muita "manhosice". Vivemos um momento difícil e não sabemos o que fazer.
Por isso, não exijamos aos 23 desgraçados que foram convocados por Scolari que sublimem as nossas frustrações colectivas. Temo, porém, estar a pedir o impossível.

Do alto da tribuna presidencial, Scolari alçou a perna e debitou discurso empolgante. Apelou ao regresso das bandeiras às varandas e sugeriu que os nomes dos jogadores fossem pintados nas paredes de Portugal. O êxtase do mulherio recordava as celebrações da IURD nos seus tempos de apoteose. Faltaram, claro está, as oferendas. As descrições falam de momentos "intensos" e "arrepiantes", de "autêntico fervor patriótico". Foi o recorde dos recordes, a "mais bela bandeira" composta pelas "mais belas mulheres do mundo", porque naquele dia, àquela hora, elas e eles se sentiram, realmente, os "melhores e os maiores" de um planeta povoado por outros homúnculos que não nos chegam aos calcanhares.
Todo este espectáculo foi transmitido em directo pelas televisões, com reportagens ininterruptas, câmaras em hilicópteros e o aparato próprio dos grandes momentos que marcam a história e traçam o futuro dos povos.
Aclamada pelo gineceu, a selecção prometeu a glória. E elas festejaram de imediato a glória prometida.
Pelo que se vê, as bandeiras já voltaram às janelas. Temo mesmo que a sugestão de Scolari pegue e que os muros, paredes e outras superfícies lisas do imobiliário pátrio sejam adornados com os nomes dos seleccionados. Espero que não se percepcione nas palavras do "sargentão" subliminar alusão à revisão dos topónimos vigentes.
É bem possível que a algum autarca mais eufórico ocorra substituir o duque de Saldanha pelo Maniche, Camões pelo Figo ou o marquês de Pombal pelo Petit. Aliás, o espaço público já se converteu em santuário da selecção.Zé de Bragança, NM, usual icon: galo de Barcelos.

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07 julho 2006

Carlos Tê

O Carlos Tê é um génio


A muleta de Rui Veloso

o andar da namorada dele: "Vejam como ela se esforça por imitar o meu amor, vejam como não disfarça nem o mínimo pudor." A pobre da Rosana dá o seu melhor, reconhece-o, mas conclui que, "por muito que ela cultive essas poses e esses ares, é visível que não lhe chega, nem sequer aos calcanhares". Tem pinta não tem? Imaginar uma criatura que em lugar de ficar hipnotizada pela estrela principal a considera apenas um pálido reflexo da sua "estrela". É mesmo o sonho de qualquer mulher, suspeito eu. Mas o herói de Carlos Tê não se limita a constatar o roubo, está disposto a agir. Em lugar de encolher os ombros, ameaça a vedeta: "Vou acusar-te de plágio, vou meter-te um processo, o andar do meu amor paga direitos de autor". Única desilusão: o nome, a morada e o número de telefone deste rapaz pronto a ir a tribunal para fazer valer a honra da sua amada não vem no livrinho anexo. E, pensando bem, não valia de nada: o que seria o nosso andar ao lado dela...


Não é tirar o mérito a Rui Veloso, mas o autor de muitas das suas canções tem mesmo uma lâmpada especial na cabeça. Há cérebros assim, diferentes dos outros. São os fios eléctricos que se ligam de maneira original e o curto-circuito em lugar de deitar abaixo o sistema, como aconteceria ao comum dos mortais, ilumina uma capacidade única de pensar, pintar, escrever, compor. Pois é, há já alguns dias que faço o IC19 para lá e para cá ao som, mas sobretudo à letra, de uma única música do último disco de Rui Veloso-Recado a Rosana Arquete. Nem sei muito bem quem a dita Rosana é, mas o que importa é que é actriz, e bonita, daquelas que os homens queriam ter em calendário na porta da garagem. Os homens todos não! O herói desta história está apaixonado pelo "seu amor" de carne e osso, que quando vai ao cinema ver a dita Rosana no grande ecrã, em lugar de se deslumbrar dá logo pelo "embuste". É que a sujeita comete um plágio, rouba
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Isabell Stilwell, NM



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06 julho 2006

"Democracia" na Madeira

PCP denuncia degradação da democracia na Madeira

Edgar Silva, coordenador do PCP/Madeira, classificou o sistema político na região como "uma caricatura disforme da democracia", na intervenção inaugural dos trabalhos do VII Congresso Regional do partido. "O sistema político na Madeira atingiu já um nível de degradação extrema", declarou Edgar Silva, considerando haver "mais vida na região para lá do poder das maiorias do PSD e do jardinismo". "Estão descredibilizadas as instituições de governo próprio da região e o sistema autonómico aparece aos olhos do país como uma caricatura disforme da democracia", disse. O líder do PCP/M considerou ainda que "os problemas da corrupção atingem uma dimensão inquietante na Madeira", que o tráfico de influências na repartição dos dinheiros públicos "constitui um escândalo impune" e que as teias do clientelismo imperam "desde o jogo do urbanismo até ao acesso aos programas comunitários". "São os esquemas da "corrupção branca" quem dita as leis no negócio da extracção de areias no mar, na adjudicação das grandes obras públicas, nos avales a empresas e na política de distribuição do subsídio a granel", afirmou.
"Temos uma região a duas velocidades, com dificuldades para quem trabalha e lucros escandalosos e mirabolantes para os grandes senhorios", denunciou. O Congresso, que decorreu sob o lema "Organizar, Agir, Transformar", encerrou com uma intervenção de Jerónimo de Sousa.

Link da CDU Madeira
in JN edição papel.

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03 julho 2006

Malaposta's history

The European carriage museums reflect the variety in European culture


The European carriage museums reflect the variety in European culture. The splendour of Royalty, the pride of nobility, but also the diligence of merchants and frugality of the bourgeois are recognizable. Craftsmen and artists made carriages like a mirror of European history.
As a result of the French Revolution and the abolishment of many monarchies only a few ancient Royal collections survived. The Portuguese and Austrian people saved their magnificent Royal and Imperial Court collections and erected the first public carriage museums in 1905 and 1918. Elsewhere carriages survived in castles, coach houses, farms and several museums, scattered all over the continent.

In 1958 the Dutch founded a National Carriage Museum, presenting an overview of the types which were in use from the 18th unto the 20th century. The Dutch museums gave their carriages to this new institute.

In the last decades many private carriage owners like to drive, to collect and to restore historical carriages. They find out how complicated it is to provide a safe haven for their collection. And they discover how valuable the original state of a vehicle can be, as a unique survivor of the past.

In this chapter you find the various museums that are linked to this portal. Together they publish a printed catalogue, composed of illustrated fiches of carriages. These fiches can be bought in the museumshops or by e-mail and they can be collected in special cassettes.

This vehicle was intended for the transportation of passengers and mail. There were seats for the passengers inside and outside the carriage and a special compartement for luggage and mail. The mail coach appeared at the end of the 18th Century and lost its popularity in the second half of the 19th Century, when it was substituted by the railway.
links: Carriages of Europe and Portugal.

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02 julho 2006

Todos partidos

Assim é que é lindo; pimpão!

Os partidos, finalmente, estão de acordo. Todos [todos? tem a certeza, senhor jornalista?...] têm um passivo tremendo, todos [idem] estão nos braços protectores dos bancos e todos [continua a insistir?...] acham isto normal e limpinho. Nem na antiga Assembleia Nacional havia tanta unidade. [de acordo...] Por lá ainda se sentavam alguns gajos do contra a quem se convencionou chamar a "ala liberal". Neste caso, não há ala liberal. Há unanimidade [não está enganado?...] libertina e sem limites.
Segundo o Expresso, em Dezembro de 2004, antes das legislativas, todos [e o gajo insiste!...] os partidos com assento parlamentar tinham um passivo de 11 milhões de euros. À espera da subvenção estatal das autárquicas (quer dizer, do nosso dinheiro), o valor atingiu o recorde de 50 milhões, do qual os bancos são os maiores credores (a malta grama isto dos recordes e do Guiness.) Para o cientista político Meirinho Martins, como para muito boa gente, este recurso generalizado aos bancos não faz sentido e até pode ser subversivo. Para todos os partidos, sem excepção, [o gajo é teimoso...] faz todo o sentido. Tão tenrinhos e tão "Tenreiros". [???] Assim é que é pimpão. Os partidos completamente partidos a apertarem o bacalhau aos bancos e a darem como garantia o dinheiro do Estado (quer dizer, o nosso), unidos num único imperativo que é nacional, mas umbilical.


Há quem diga que este estado a que as coisas chegaram não é líquido, é gasoso. Também há quem diga que se eles são "bancos" que se entendam. O problema é que nós, os que não tugimos nem mugimos, mas somos mugidos, nós os eleitores e contribuintes... não entendemos nada!
Paulo Anes, in Destak [e de que maneira...]

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01 julho 2006

Euromilhões (3)

Resumindo:

Nunca ninguém soube quanto é que realmente custou a mais do que o orçamentado a Expo-98, ou o Centro Cultural de Belém, ou nenhuma das grandes obras públicas que se começaram a fazer em Portugal desde a chuva de milhões vindos da União Europeia que se abateu sobre nós no tempo em que o Dr. Cavaco era primeiro-ministro. Nem das grandes, nem das pequenas. As câmaras estão sobreendividadas devido a uma infinidade de obras e melhoramentos, a maioria meramente ostentatórios e de fachada, como as centenas de rotundas que vieram substituir no adenotário nacional a antiquada inauguração do fontenário público. Construiram-se centenas de escolas, muitas que agora vão ser fechadas, equiparam-se hospitais com equipamentos caríssimos que nunca saíram dos pacotes, informatizaram-se os "serviços" com computadores que, passados alguns anos, estão obsoletos ou avariados por falta de manutenção. Mas nada retrata melhor a filosofia de mãos rotas dos governantes do que as centenas de milhões que foram gastos na modernização da linha do Norte, para ganhar dez minutos no trajecto entre Lisboa e Porto. Agora, com o projecto de construção do TGV entre as duas cidades, esses milhões não vão servir para nada. Segundo o presidente da Refer, dona da linha, esta passará a estar "vocacionada para os serviços suburbanos e regionais". O Estado está falido. Pois está. Mas não nos venham explicar isto como se nós fossemos muito estúpidos.

in Metro, José Júdice
Malaposta

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