Carlos Tê
O Carlos Tê é um génio
A muleta de Rui Veloso
o andar da namorada dele: "Vejam como ela se esforça por imitar o meu amor, vejam como não disfarça nem o mínimo pudor." A pobre da Rosana dá o seu melhor, reconhece-o, mas conclui que, "por muito que ela cultive essas poses e esses ares, é visível que não lhe chega, nem sequer aos calcanhares". Tem pinta não tem? Imaginar uma criatura que em lugar de ficar hipnotizada pela estrela principal a considera apenas um pálido reflexo da sua "estrela". É mesmo o sonho de qualquer mulher, suspeito eu. Mas o herói de Carlos Tê não se limita a constatar o roubo, está disposto a agir. Em lugar de encolher os ombros, ameaça a vedeta: "Vou acusar-te de plágio, vou meter-te um processo, o andar do meu amor paga direitos de autor". Única desilusão: o nome, a morada e o número de telefone deste rapaz pronto a ir a tribunal para fazer valer a honra da sua amada não vem no livrinho anexo. E, pensando bem, não valia de nada: o que seria o nosso andar ao lado dela...
Não é tirar o mérito a Rui Veloso, mas o autor de muitas das suas canções tem mesmo uma lâmpada especial na cabeça. Há cérebros assim, diferentes dos outros. São os fios eléctricos que se ligam de maneira original e o curto-circuito em lugar de deitar abaixo o sistema, como aconteceria ao comum dos mortais, ilumina uma capacidade única de pensar, pintar, escrever, compor. Pois é, há já alguns dias que faço o IC19 para lá e para cá ao som, mas sobretudo à letra, de uma única música do último disco de Rui Veloso-Recado a Rosana Arquete. Nem sei muito bem quem a dita Rosana é, mas o que importa é que é actriz, e bonita, daquelas que os homens queriam ter em calendário na porta da garagem. Os homens todos não! O herói desta história está apaixonado pelo "seu amor" de carne e osso, que quando vai ao cinema ver a dita Rosana no grande ecrã, em lugar de se deslumbrar dá logo pelo "embuste". É que a sujeita comete um plágio, rouba
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Isabell Stilwell, NM
Etiquetas: Grandes cantores
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