Euromilhões (3)
Resumindo:
Nunca ninguém soube quanto é que realmente custou a mais do que o orçamentado a Expo-98, ou o Centro Cultural de Belém, ou nenhuma das grandes obras públicas que se começaram a fazer em Portugal desde a chuva de milhões vindos da União Europeia que se abateu sobre nós no tempo em que o Dr. Cavaco era primeiro-ministro. Nem das grandes, nem das pequenas. As câmaras estão sobreendividadas devido a uma infinidade de obras e melhoramentos, a maioria meramente ostentatórios e de fachada, como as centenas de rotundas que vieram substituir no adenotário nacional a antiquada inauguração do fontenário público. Construiram-se centenas de escolas, muitas que agora vão ser fechadas, equiparam-se hospitais com equipamentos caríssimos que nunca saíram dos pacotes, informatizaram-se os "serviços" com computadores que, passados alguns anos, estão obsoletos ou avariados por falta de manutenção. Mas nada retrata melhor a filosofia de mãos rotas dos governantes do que as centenas de milhões que foram gastos na modernização da linha do Norte, para ganhar dez minutos no trajecto entre Lisboa e Porto. Agora, com o projecto de construção do TGV entre as duas cidades, esses milhões não vão servir para nada. Segundo o presidente da Refer, dona da linha, esta passará a estar "vocacionada para os serviços suburbanos e regionais". O Estado está falido. Pois está. Mas não nos venham explicar isto como se nós fossemos muito estúpidos.
in Metro, José JúdiceMalaposta
Etiquetas: Política
1 Comments:
O TGV é o maior roubo que se fará ao Estado Português. Eles atrasaram propositadamente a actualização da linha do Norte para poderem justificar o TGV. É o Sócrates dos 10 estádios e dos empreiteiros, agora em grande.
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