Modelo importado da Inglaterra em 1854
Malaposta

Em 1859, a ligação entre Lisboa e Porto através das carreiras da Malaposta fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda. Apesar do bom serviço que as diligências prestavam nessa altura, a sua extinção foi irreversível com o aparecimento do comboio, embora se mantivessem em actividade durante mais algum tempo, como atestam os «manuais do viajante» da época.

07 março 2007

Estranho aniversário

O governo perfez dois anos...


Atingiu o meio do mandato. Prodigalizaram-se os analistas em balanços. Benévolos e condescendentes uns, laudatórios e encomiásticos outros. Da direita à esquerda se enalteceu o espírito reformador, a intrépida coragem no confronto, o desígnio assumido, a regeneração das finanças públicas, o êxito fiscal, etc. Sócrates visto pela imprensa é mais do que o homem providencial. É a Providência em pessoa.
Icon do Zé de BragançaOs números, porém, são o que são. Podem ser lidos de maneiras diversas mas não admitem a persistência dos enganos. A taxa de desemprego registada no último trimestre do ano findo atingiu os 8,2 por cento. Recorde-se que em 2005 se cifrou em 7,6 por cento e foi por Sócrates qualificada de escandalosa e invocada como razão suficiente para a mudança política prometida. A taxa de crescimento económico persiste incipiente, bem longe dos 2 por cento do PIB e ainda mais longe dos 2,7 por cento estimados pela UE ou dos 2,3 por cento previstos para a Zona Euro. Ou seja, no decurso deste ano aprofundar-se-á dramática e irreversivelmente o fosso entre Portugal e os seus parceiros europeus e o esforço de convergência - evocação permanente para todos os muitos sacrifícios - redundará num enquistamento tumefacto da divergência, que de endémica passará a patológica. As comparações que sempre se fazem entre economias no espaço europeu defenestram-nos, pois, para o fim do grupo do "carro-vassoura", acolitados por Malta que, se porfiar um poucochinho, nos ultrapassará em velocidade de ponta. Até no Índice de Desenvolvimento Humano, de acordo com o último Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Portugal desceu duas posições relativamente a 2004 e uma relativamente a 2005. Estamos hoje em 28º lugar, sendo que no conjunto de países da União Europeia nos situamos numa triste e apagada 17ª posição.
Nos últimos doze meses, segundo o Expresso, as famílias portuguesas pediram emprestados à banca mais de 15 mil milhões de euros, um novo máximo nacional. O nosso endivididamento ultrapassava em finais do ano transacto 115 mil milhões, ou seja, 76 por cento do PIB. Nas dívidas disputamos a primazia europeia. Haja quem pague é o novo lema nacional.
O país empobrece, o desemprego aumenta, as famílias estão crescentemente endividadas. Mas Sócrates continua a vender a imagem do político decidido, resoluto, competente e eficaz. Em quê, cabe perguntar. Precisamente nessa nobre e difícil actividade de vender a melhor imagem de si próprio.

in NM/JN

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1 Comments:

At 07 março, 2007 20:20, Blogger Diogo said...

[Sócrates continua a vender a imagem do político decidido, resoluto, competente e eficaz]

O estranho é ainda haver tanta gente que a compre. O matraquear diário dos media de apoio ao premier é muito poderoso.

 

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