Modelo importado da Inglaterra em 1854
Malaposta

Em 1859, a ligação entre Lisboa e Porto através das carreiras da Malaposta fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda. Apesar do bom serviço que as diligências prestavam nessa altura, a sua extinção foi irreversível com o aparecimento do comboio, embora se mantivessem em actividade durante mais algum tempo, como atestam os «manuais do viajante» da época.

20 junho 2007

Nacionalista do Marquês

Você não gosta de emigrantes?
Gosto. Se pudesse fazia uma colecção de emigrantes para ter em casa. São giros, sobretudo quando são pequeninos. Mas o que eu não gosto mesmo é que se escreva emigrante com «e». Emigrante escreve-se com «i», imigrante, imigração, como de resto o nosso cartaz do Marquês de Pombal demonstrou com toda a clareza. Penso que muitos milhares de portugueses se reviram nessa mensagem, pois também eles preferem escrever emigrantes com «i».

Considera que a vossa mensagem passou?

Dizemos em voz alta aquilo que muitos só conseguem dizer em voz baixa. É preciso coragem para ser como nós. Não é para qualquer um. Há quem nos veja como pessoas violentas, criminosos, fascistas, ignorantes, por aí fora. Mas o que fazemos é dizer as verdades que os políticos não têm tomates para dizer.
Muitos de vós são nazis, é verdade?
Desculpe, vê alguma suástica? Por acaso uso bigode à escovinha? Estarei em pé em cima da mesa a berrar como um bêbado histérico e esquizofrénico?
Não.
Naturalmente que não. Homens como o Fuhrer, capazes de defender as suas justas convicções contra tudo e contra todos, infelizmente, existem muito poucos. O Fuhrer estava à frente do seu tempo: em vez de esperar que a Natureza seguisse o seu caminho e tratasse de eliminar as raças inferiores, resolveu antecipar-se. Aplicou o conceito estratégico militar da blitzkrieg à Biologia.
Portanto você não é nazi?
Tenho as minhas limitações. A minha consciência burguesa impede-me de fazer figuras tristes como berrar desalmadamente ou babar-me pelos meus ideais. Para isso existem os militantes. Cada ariano no seu galho.
Então é racista?
Considero essa uma questão provocatória e, como sabe, perante uma provocação, um nacionalista tem o direito de se defender com os meios que tiver ao seu alcance.
Qual é então o vosso método preferencial de acção?
Quando respondemos a provocações, preferimos usar os pés. Melhor: usamos as botas, que é muito mais higiénico. Se os pretos forem uns quatro e nós apenas uns cinco ou seis, preferimos afastarmo-nos para não causar distúrbios. Nós cumprimos a lei, diga o que disser essa sociedade que nos diaboliza. Se encontrarmos um preto sozinho na rua, por exemplo, aí já lhe damos uns pontapés valentes. Como ele é apenas um e nós somos muitos, arrumamos o assunto num instante, o preto cala-se logo e não chegamos sequer a provocar qualquer tipo de desordem. Estamos sempre dentro da legalidade.
Não chegou a responder-me à questão do racismo.
Eu não sou racista na medida em que considero o preto uma raça de transição. O Darwin não o referiu porque se calhar nunca viu um preto na vida ou, se viu, confundiu-o com um chimpanzé. Devemos desculpá-lo.
Mas você afinal é racista ou não?
Olhe, eu vou dizer uma coisa que se calhar irá chocar os nossos camaradas nacionalistas, mas nós descendemos dos pretos. É verdade. Já os pretos, por seu lado, descendem dos macacos. Portanto temos aqui uma linha evolutiva muito clara: entre nós e os macacos temos os pretos. Eles desempenharam bem a sua função, devemos agradecer-lhes por isso. Os monhés e essas merdas todas são variantes do preto, ou seja, projectos falhados. A Natureza fez as suas experiências. Por isso consideramos que, tal como o Homem de Cro-Magnon desapareceu face à entrada em cena do Homo Sapiens, também os pretos, os judeus e os monhés acabarão por se extinguir face ao homem branco. É uma lei da Natureza. O destino do Homem Ariano é tornar-se cada vez mais branco até ser transparente e, por fim, invisível.
Portanto os nacionalistas defendem a extinção dos negros.
Não, isso seria desumano, nós não somos assim. Os judeus nem para brincar servem, já os pretos conseguem entreter as pessoas. Existem correntes mais radicais que consideram que devemos deixar a Natureza seguir o seu caminho e não interferir no desaparecimento dos pretos, mas a maioria de nós pensa que devemos defendê-los. Quando a raça ariana dominar o mundo, mostrará a sua benevolência criando zonas de paisagem protegida onde eles possam viver e caçar à vontade. Esta nossa face humanista não é muito conhecida, porque o que interessa à sociedade é diabolizar-nos e fazer de nós monstros. É exactamente o contrário. Se procuramos evitar a extinção de chimpanzés, leões africanos, tigres e tartarugas marinhas, não vejo por que razão não haveríamos de proteger os pretos. Eu não oiço este discurso desses activistas de esquerda, julgam-se os paladinos do Humanismo e depois abandonam os pretos na rua quando vão de férias.
Mas vocês atacam-nos.
É totalmente falso, nós somos amigos dos pretos, ainda não percebeu? A formação de uma Associação para a Defesa dos Direitos dos Pretos está até prevista nos nossos estatutos. Agora uma coisa é restringi-los ao seu habitat natural e tratar-lhes da saúde, que é o que procuramos fazer, outra é permitir que andem por aí à solta.

Post copiado
do Bitaites em 17.04.2007. Até jazz!...

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1 Comments:

At 21 junho, 2007 16:09, Blogger Diogo said...

Mas o Sócrates gosta de migrantes com «e». Basta contar a quantidade de portugueses que trabalham em regime de semi-escravatura por essa Europa fora.

 

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