Modelo importado da Inglaterra em 1854
Malaposta

Em 1859, a ligação entre Lisboa e Porto através das carreiras da Malaposta fazia-se em 34 horas e passava por 23 estações de muda. Apesar do bom serviço que as diligências prestavam nessa altura, a sua extinção foi irreversível com o aparecimento do comboio, embora se mantivessem em actividade durante mais algum tempo, como atestam os «manuais do viajante» da época.

04 abril 2007

Precedente perigoso

O jornalismo não pode ser praticado assim e os tribunais não podem condescender, brandamente, com o papão do poder mediático.

Um cidadão inglês saía de um cinema quando o primeiro-ministro sueco Olof Palme foi assassinado, perto dele, em 1986. Dois jornais suecos, "Expressen" e "Aftonblader", acusaram-no de ser o provável criminoso. Nada disso se provou. O cidadão, Anthony White, que agora vive na cidade da Beira, em Moçambique, processou os jornais exigindo indemnizações por ofensa ao seu bom nome. Mas os tribunais suecos não lhe deram razão e ele decidiu recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Há pouco tempo o Tribunal de Estrasburgo proferiu, enfim, sentença: absolveu os dois jornais. Porquê? Porque - disse o Tribunal - os jornais tinham cumprido o seu dever de informar: "O interesse público na publicação dessa informação sobrepunha-se ao direito do queixoso da protecção da sua reputação."

Discordo. A menos que haja pormenores que desconheça, o que resulta daqui é muito simples: amanhã vou ao cinema, à saída matam alguém e no dia seguinte leio num jornal o depoimento de um senhor que diz que fui eu o assassino. Estou feito.

O jornalismo não pode ser praticado assim e os tribunais não podem condescender, brandamente, com o papão do poder mediático. Antes de ser jornalista sou cidadão e não gosto mesmo nada deste precedente.

No entanto, ainda há pouco tempo subscrevi um apelo ao bom-senso do Parlamento por causa da proposta de lei de Estatuto do Jornalista, que traz coisas do tempo da "Outra Senhora". Como o texto dos jornalistas poder ser mutilido sem aviso por um qualquer editor idiota ou quando é preciso mais espaço para um anúncio. Que é lá isso?

Nem a sentença do Tribunal de Estrasburgo nem esta muito questionável proposta de lei convidam a melhores tempos. Não, não.

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1 Comments:

At 05 abril, 2007 23:42, Anonymous Anónimo said...

Pertinente esta questão que levantaste. Direito à Informação, Sim... Mas abuso é outra coisa bem grave. No entanto o problema é que os meios de informação são controlados pelo grande capital, e aí sim devemos estar bem vigilantes antes que "esses senhores feudais" nos façam viver de novo sob a opressão do tempo da outra senhora.
Boa Páscoa, um abraço

 

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