Insolação de sexo
...quando os raios UV estão no máximo da sua potência, mas a bem dizer não tem propriamente época certa. Rimo-nos quando as nossas avozinhas o dizem, a avaliar pelas conclusões a que os sexólogos vão chegando no segredo dos seus consultórios. De facto, vai longe o tempo em que da mulher só se via o calcanhar, e valia a pena espreitar pelo buraco de uma fechadura. Hoje, pode não ser politicamente correcto dizê-lo, mas muito pouco fica para a imaginagão. O corpo, sobretudo o feminino - mudam-se os tempos, mas os estereótipos resistem -, tornou-se uma mercadoria como outra qualquer: os pacotes de margarina ou de detergente são «vendidos» por meninas meio nuas, sem que se entenda qual a relação causa-efeito, e não há marca de automóveis que resista à moça descascada e com os (grandes) atributos à vista [penduricalhos, como diria a maria] sentada em cima do capot [e por que não no banco de trás?!] do último modelo do veículo à venda, [então o meu não serve?!] dando a clara impressão de que um é o brinde do outro, vá lá saber-se qual. E se a nossa «ai mãe» ainda hoje nos mandasse fechar os olhos nas cenas escaldantes do filme, ficávamos de olhos fechados a sessão inteira. Francisco Allen Gomes, o protagonista da nossa capa, é um dos maiores especialistas portugueses na área da sexologia, um homem que consegue chamar «as coisas pelos nomes», sem no entanto lhes roubar o mistério e o encantamento. Cofiando o bigode, confirma: vivemos tempos em que o sexo não está visível, mas «sobrevisível». E recorda que dos estudos feitos se conclui que a insolação produziu os seus efeitos: os neurónios podem ter sido excitados pelo calor de tanta exposição, mas na prática estamos «sexualmente aborrecidos». Mas então o que fazer para contornar o tédio e ressuscitar o desejo? [ver cubo mágico]
Etiquetas: Pessoal
4 Comments:
resta concordar e tentar acerca os ponteiros da exposição e do desejo...
Efeitos libidianos....Um desafio às teorias de Freud...
Abraço
Paulo
Ora aí está uma questão de solução provávelmente muito dificil. Deixo aos estudiosos da relação comportamental do ser humano, nesta sociedade esvaziada e avessa cada vez mais ao entendimento cientifico e dominada brutalmente pelo poder econimicista, uma possível resposta a esta inquietude que a todos nós aflige.
Um Abraço
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Paulo Portas, um oximoro!
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