S. João no Porto
Origem das festas no Porto.A
Já Fernão Lopes, na sua Crónica de João I, recorda que no século XV, a véspera de S. João era o dia em que os habitantes do Porto tinham por hábito fazer uma "grande festa". A cidade, então com um pouco mais de duzentos anos, tinha já uma forte tradição são joanina. Misto de sagrado e profano, as festas de S. João baseavam-se em rituais de consagração e desencadeavam ritos de profanação. Na noite de S. João, a popolução munia-se de alho porro para afastar os espíritos sinistros. Mas utilizavam igualmente a erva-cidreira: «Quem quiser curar feitiços/tome chá de erva-cidreira/colhida por uma donzela/na noite sanjoaneira», dizia-se, na altura. O local das festas variava com o tempo e os poderes. Podia depender do esforço das Igrejas e o S. João andou de rua em rua, passando pela Rua das Hortas, Carlos Alberto, Lóios, Rua do Rosário, Laranjal, Clérigos e Rua Santo António [actualmente Rua 31 de Janeiro]. Passou ainda pela Rua do Almada, Carmo, Cimo de Vila e Cedofeita. Em 1856, o periódico nacional fazia um relato que é familiar da noite de S. João. «O Porto estava na rua, suava, acotovelava-se, trilhava-se e ria, deixando os penates a sós.»
Pontes sobre o Rio Douro que ligam as cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, (de jusante para montante): Ponte da Arrábida (rodoviária), Ponte Luis I (tabuleiro inferior, rodoviário; tabuleiro superior, Metropolitano), Ponte D. Maria (ferroviária, actualmente desactivada), Ponte do Infante (rodoviária), Ponte de S. João (ferroviária) e Ponte do Freixo (rodoviária). [Está projectada uma nova ponte, a quota baixa].
Quando Rui Veloso canta que "... quem vem e atravessa o rio, vê um velho casario...," está a referir-se à Ponte Luis I. O autor do Malaposta não sabe se o Rui Veloso está esta noite no Porto. Mas é costume e até politicamente correcto que os presidentes da República se misturem com a multidão. Falta saber se o Cavaco e o Sócras não podem vir por causa do déficit!...
Nota: Quem atravessa a Ponte do Infante, no sentido sul-norte, "cai" justamente nas Fontaínhas, o "epicentro" das festas, pelo menos de há 50 anos a esta parte. O dono do Malaposta, muito jovem, passava a noite nas Fontaínhas a jogar matraquilhos com os amigos. E, vaidade à parte, metia os golos quase todos com a cabeça do "jogador" do centro dos 3 "jogadores" mais avançados (quem percebe disso sabe do que estou a falar).
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