Alienação, stress...
M andam-nos fazer exercício, queimar calorias; mandam-nos trabalhar, correr para o emprego, passar horas sem fim em filas de trânsito, onde se não fosse o rádio dávamos em loucos e saíamos dali prontos a matar alguém!
Mandam-nos começar já a fazer compras de Natal, e precipitadamente enchem-nos as ruas de luzes, como se não lhes bastasse o ritmo a que os ponteiros do relógio andam e nos quisessem forçar a correr ainda mais depressa.
Mas já chega de mandamentos, de centros comerciais cheios de gente, de ruas apinhadas de multidões, de telemóveis que não param de tocar, de uma agitação que nos faz subir a tensão arterial e nos impede de pensar a direito. E de sentir-se seja o que for, de tal forma a chuva de informação e os pedidos de atenção nos anestesiam a alma. A certa altura parecemos uma central eléctrica pronta a fundir os fusíveis, e basta que uma pobre cegonha choque contra um fio para darmos por nós na maior das escuridões.
Precisamos de parar, de quebrar o círculo vicioso que nos provoca uma ansiedade que só parece ceder quando nos embebedamos numa actividade frenética, seja em ginásios equipados para correr quilómetros sem sair do mesmo sítio ou em fins-de-semana sobrelotados de compromissos, como se fosse pecado pura e simplesmente não fazer nada.
Por outras palavras, temos de reabilitar o"lar doce lar". E desencantar a ousadia de nos fecharmos em casa, sozinhos ou criteriosamente acompanhados, num espeço que criámos de propósito para descansar do mundo. Como numa redoma de vidro, onde só entram micróbios e as bactérias a quem dermos direito de passagem!
Etiquetas: Política
5 Comments:
Democracias à força:
Esta foi a resposta do “Correspondente para os assuntos do Médio Oriente» Aasif Mandvi, do Daily Show, à pergunta de Jon Stewart sobre a descrição que a Secretária de Estado Condoleezza Rice fez da horrível violência no Médio Oriente, chamando-lhe «dores de parto». Rice acrescentou também que cada crise traz consigo uma oportunidade.
Jon Stewart: Então não há ressentimentos pelas mudanças terem sido impingidas aí?
Aasif: Não, não, de forma nenhuma. Ao longo dos anos, habituámo-nos a pensar em nós como vocês pensam de nós: minúsculas gotas abstractas num possível campo petrolífero. Estamos sempre desejosos de experimentar as últimas teorias dos vossos cientistas políticos.
Jon Stewart: É uma forma incrível de enfrentar uma situação terrível.
Aasif: Penso que não é diferente da forma como a vossa nação reagiu aos acontecimentos do 11 de Setembro. Um dia difícil, uma grande oportunidade.
Vídeo – 4:18m
Pessoalmente, concordo e pratico por inteiro. Foi para fugir dali (da cidade) que me vim refugiar na aldeia. Aqui o tempo passa à velocidade dos dias langorosos do verão ou, intimistas do Inverno, que me permitem cortar a relva, quando preciso mas, igualmente, quando quero.
A minha mulher, que ainda anda agarrada ao stress do trabalho, disse-me a meio de Outubro: No Colombo já é Natal!
Efectivamente, não há paciência para tanta corrida, afazeres, compromissos, filas de trânsito, para aturar tanta estupidez dos condutores, da publicidade perfeita e totalmente idiota com que a rádio nos massacra e por aí fora.
A vida diz-me que, feliz ou infelizmente, só conseguimos desejar o sossego e a qualidade de vida associada, quando atingimos a meia-idade. Quando os outros nos chamam de “Cota” sabemos que atingimos alguma pouca sabedoria.
Perdão pela entrada em sua casa que já visito há bastante tempo, normalmente a partir de um outro blog mas, hoje, não consegui resistir a comentar este seu post.
lar doce lar é uma expreção muito bom
Falta mais de um mês para o natal, mas é bem verdade que já todos começámos a sofrer na pele a “tortura” da invasão publicitária, nomeadamente na TV.
Os publicitários sabem de antemão que nesta data, assinalada pelo pagamento extra do décimo terceiro mês, basta com “disparar” ao coração do telespectador. Aqueles que comercializam com a época natalícia, estão conscientes que as defesas emocionais do pessoal baixam ao mínimo, e sabem bem onde devem apontar.
As crianças são as principais vítimas, dominadas visual e intelectualmente por um
Turbilhão de anúncios de brinquedos, impedindo-os de raciocinar, escolher, desfrutar. Nesta época, os mais pequenos ficam à mercê da televisão, dos anúncios, do capitalismo mais devastador. Devemos cuidar deles nestas ocasiões tão… assinaladas, e não permitir que se deixem seduzir por umas mensagens publicitárias que têm como única finalidade introduzi-los no mundo do consumo.
Façamos pois do nosso lar a nossa redoma de vidro, tendo coragem suficiente para descartar todas estas ofertas manipuladoras das nossas vontades.
Como hoje! Depois de uma molha medonha, já só pensava os chinelos, na canja e na internet.
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