Servilismo de Blair
«Lamentável. Leal, cego, aparentemente servil», disse em Londres o antigo presidente norte-americano Jimmy Carter, a propósito do apoio britânico a George W. Bush na guerra do Iraque. Disse-o, justamente, quando Tony Blair foi a Bagdad e a Bassorá fazer uma última visita às tropas, antes de deixar o cargo de primeiro-ministro, aproveitando para dizer que viu no terreno "sinais de mudança e de progresso".
Ao falar em progresso, o chefe do Governo británico não estava, naturalmente, a falar dos morteiros sobre a altamente fortificada "zona verde" da capital iraquiana, pouco antes de ele chegar. Blair, no Iraque pela sétima vez desde a invasão, considerou "brilhante" o papel dos militares em Bassorá, apesar do recente crescendo da violência no Sul do país, que é controlado pelas tropas britânicas. "Por vezes, as pessoas têm a impressão de que tudo é completamente negativo, mas o que vocês aqui têm feito, nos últimos meses, é absolutamente notável" - disse aos soldados.
Para Jimmy Carter, "o apoio quase nunca desmentido da Grã-Bretanha às políticas mal aconselhadas do presidente Bush foi uma tragédia enorme para o Mundo". Isto porque o antigo presidente considera que se trata de uma guerra "injustificada", que causou "grandes cismas" no Mundo.
Foi numa aldeia a norte de Bagdad, povoada por sunitas, que se deu o mais notório episódio de violência registado com homens armados vestindo uiniformes do Exército iraquiano. Chegaram em carrinhas e dispararam a sangue frio sobre a população, matando 15 pessoas.
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